coexistindo com uma TV ligada.

pela primeira vez em muito tempo eu vou escrever sem pensar antes e vou deixar fluir, e por incrível que pareça me sinto bem escrevendo assim, sem nenhuma ideia (sim, ficou estranho mesmo mais ideia não tem acento). Mais um final de dia em que a novela na TV embala minhas palavras numa dança de informação que me faz pensar desde dalits sofrendo preconceito na televisão brasileira a viajar nos maiores campos infinitos de possibilidades que de tão infinitas são inalcansáveis e acabam muitas vezes ficando só na cabeça. Buscando fugir da chuva de entreterimento e alienação pré fabricada em que eu fico, coloco os fones, abro na pasta shared e clico em qualquer música. Então começa uma procura infinita de uma música que combine com o momento e me faça se sentir inspirado, me colocando em mais um estágio pré postagem no blog com tempo indeterminado de duração e atrasando cada vez mais minha hora de dormir, e especialmente hoje, que eu não formulei nenhum pensamento essa espera tem se tornado mais extensa do que o comum.
Buscando sempre um alvo para destinar minhas frases e vírgulas, eu tento especificar algum pensamento, prende-lo e transforma-lo em palavras, só que geralmente não é tão fácil como no literal e para que o procedimento aconteça de maneira correta é necessário um domínio incomum da capacidade central da inspiração e coordenação mente-teclado-tela do pc, coisas que eu no meu íntimo gostaria de obter como nos grandes escritores e poetas de maneira fácil e espontânea, porém como o pobre mortal que sou, um único texto pode levar um bom tempo, e a concentração aplicada nele tem de ser de inteira dedicação e atenção, para que ao menos legível se torne a obra, e que alguma coisa seja passada, nem que seja total aversão a minha maneira de colocar informações ou de apoio absoluto ao meu modo de escrever e sinceramente não me importo com isso.
E por último porém não menos importante o final tem de ser daqueles que deixam de queixo caído ou como nos sonetos, fecham com chave de ouro, e quando não se tem nem noção do que você deseja concluir com sua ideia (é feio demais sem acento minha gente!), como eu, é mais comum que se conclua com um sonoro 'fim' sem mais. Porém não me cabe utilizar as técnicas já existentem em algo que não se trata de uma cópia, finalizo então contemplando a novela mais uma vez, e observando a dancinha dos indianos eu descubro que inegávelmente shiva está em alta no mercado.

oi?